Ventos que sopram boas novas ...

Londres, 22 de janeiro de 2013

Querida Yve,

Quanto tempo sem notícias suas! Como vai a vida? Estive pensando em que deve ter resultado aqueles seus planos de cursar Artes na França. Deram certo?  Eu realmente espero que sim.
Quanto a mim, estive preso em um relacionamento por longos anos com uma linda mulher. Ela era realmente fantástica e fora de série. Mas acho que não pôde aguentar o fardo que eu carrego, o mundo que eu carrego nas costas. Assim como tenho certeza que você não aguentou. 
Os meus anseios e crises de carência, só pertenciam ao meu mundo e ninguém mais. Foi necessário eu passar por diversos momentos de solidão para enfim, entender isso de uma vez por toda.
Não estou te escrevendo para pedir cartas de recomendações em futuros relacionamentos. Longe de mim! 
Te escrevo por sentir sua falta e pra dizer que hoje eu compreendo a sua desistência em mim. 
Como vai aquele italiano por quem você se apaixonou? Tenho certeza que ele encontrou em você tudo que ele precisava. Nada mais do que natural.
Lembra do Doug, o meu fiel escudeiro? Então, se foi. Como sempre ou quase sempre, não reagi muito bem. Mas os meses foram passando e eu percebi que ele ainda estava ali comigo. De uma forma estranha, mas estava. 
Achei fotos e longas conversas nossas espalhadas pelo computador e pela casa. Foi inevitável a vontade de saber de você.
Torço por uma resposta! 
Na verdade, torço por você. Por você em minha vida, novamente!

Com todo afeto do mundo,

George.